Dicas 48

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Crianças com suspeita de pneumonia precisam receber o antibiótico o quanto antes 

Dicas nº 48

Dicas 48 Anexo WEB.pdf

Médicos e profissionais de enfermagem devem garantir que a primeira dose de antibiótico seja dada ainda no posto de saúde e instruir os pais a darem todas as doses corretamente em casa.

Muitos exemplos mostram que com boa administração dos recursos, criatividade e ajuda da comunidade, o atendimento pode ser feito com qualidade e na hora em que a pessoa necessita.

Para acessar o arquivo em PDF, no site da Pastoral da Criança, clique aqui

Conteúdo

  1. Acesso ao antibiótico na Unidade Básica de Saúde
  2. Ministério da Saúde orienta que primeira dose é imediata!
  3. Organizar a distribuição do Antibiótico
  4. Campanha Nacional
  5. Perguntas Frequentes

Acesso ao antibiótico na Unidade Básica de Saúde

Líder e coordenadores, como sabemos, as orientações sobre os cuidados com relação a Pneumonia estão no Guia do Líder da Pastoral da Criança (pagina 164). A pneumonia é uma infecção respiratória grave. Se a criança não receber o tratamento certo e a tempo, pode morrer. Por isso quando a criança apresenta algum sinal de infecção respiratória, a mãe, pai ou familiar deve ser orientado para que:

• leve ao médico o mais rápido possível;

• continue a amamentar, se a criança estiver sendo amamentada;

• dê os medicamentos na dose, nos horários e pelo tempo recomendado pelo médico;

• volte ao serviço de saúde no dia marcado ou a qualquer momento, se a criança não apresentar melhora ou piorar.

Ministério da Saúde orienta que primeira dose é imediata!

Uma criança com suspeita de pneumonia, com a indicação médica de antibiótico, deve receber a primeira dose do remédio na própria Unidade Básica de Saúde (UBS), conforme recomendação da Organização Mundial de Saúde e do Ministério da Saúde (Programa AIDPI – Atenção Integrada às Doenças Prevalentes na Infância, 2003).

Além de disponibilizar uma nota técnica, o Ministério da Saúde publicou a Portaria nº 1.820, de 13 de agosto de 2009, que descreve os direitos e deveres dos usuários da saúde, e orienta para o tratamento no tempo certo.

No caso do Antibiótico para criança com Pneumonia o tempo certo é logo depois do diagnóstico medico, na própria Unidade Básica de Saúde.

A Portaria define no Art. 3º que "Toda pessoa tem direito ao tratamento adequado e no tempo certo para resolver o seu problema de saúde.

Parágrafo único. É direito da pessoa ter atendimento adequado, com qualidade, no tempo certo e com garantia de continuidade do tratamento, para isso deve ser assegurado:

I - atendimento ágil, com tecnologia apropriada, por equipe multiprofissional capacitada e com condições adequadas de atendimento;"

Todos os documentos estão disponíveis na Internet, endereço www.rebidia.org.br

Organizar a distribuição do Antibiótico

Em muitos municípios, a mãe ou responsável pela criança recebe o medicamento na Unidade Básica de Saúde, depois da consulta, e só oferece a primeira dose para criança ao chegar em casa. Em outras situações precisa buscar os medicamentos receitados em uma Unidade Central de Medicamentos, desperdiçando horas de tratamento que podem significar uma internação hospitalar evitável e, o que é pior, a morte da criança.

Alguns municípios preferem centralizar a distribuição de medicamentos, em vez de organizar a supervisão do profissional farmacêutico em todas as Unidades de Saúde e ofertar os medicamentos básicos em cada local (localmente). Em certos casos os profissionais das Unidades Básicas de Saúde alegam que não dispõem de orientação sobre a preparação e a oferta do antibiótico (Amoxicilina em solução, por exemplo), além do receio das reações alérgicas – apesar de o bom senso sugerir que ter reações no serviço de saúde é melhor que ter em casa.

A primeira dose de antibiótico dada logo após a consulta, ainda no posto de saúde, poderia evitar uma parte significativa das cerca de 4 mil mortes anuais entre crianças menores de 5 anos no Brasil, registradas no Ministério da Saúde. Segundo dados do governo, as infecções respiratórias causadas por bactérias são a segunda causa de morte de crianças no país. As doenças respiratórias respondem por 19,7% das causas de morte de crianças entre 1 e 4 anos de idade, 6,2% das crianças menores de um ano.

A prevenção inclui o aleitamento materno exclusivo nos primeiros seis meses de vida, continuidade do aleitamento materno por dois anos ou mais, alimentação saudável que ajuda no fortalecimento do sistema imunológico , a qualidade do ar dentro de casa e imunização por meio de vacinas. Os Articuladores da Pastoral da Criança junto aos Conselhos de Saúde visitam mensalmente as Unidades Básicas de Saúde. O resultado da visita mostra que a cada dez (10) Unidades visitadas, sete (7) tinham antibiótico em estoque no dia da visita, mas somente quatro (4) deram a primeira dose do antibiótico para a criança na própria Unidade Básica.

Campanha Nacional

Antes de promover uma campanha a Pastoral da Criança se cerca de parceiros com credibilidade sobre o tema. Este cuidado é necessário para que as informações sejam confiáveis. Com o apoio do Conselho Nacional de Secretários Municipais de Saúde – Conasems, Ministério da Saúde, Unicef, Associação Brasileira de Enfermagem (ABEN), Sociedade Brasileira de Medicina de Família e Comunidade (SBMFC), Academia Brasileira de Pediatria (ABP) e Centro de Pesquisas Epidemiológicas da Universidade Federal de Pelotas/RS foi planejada a campanha de incentivo ao acesso imediato do antibiótico nos casos de tratamento das suspeitas de pneumonia em crianças.

Em cada município, a secretaria municipal de saúde é a encarregada da organização e do funcionamento das Unidades Básicas de Saúde. Com o apoio da comunidade e das prefeituras é possível disponibilizar o Antibiótico nas Unidades de Saúde oferecer o tratamento imediatamente após a consulta.

Perguntas Frequentes

1. O médico precisa esperar pelo exame de Raio X para afirmar que a criança está com Pneumonia e iniciar o tratamento? Não. Na maioria das pneumonias comunitárias se inicia o tratamento imediatamente e se reavalia clinicamente com 24 a 48 horas.

2. Quando a criança precisa ser internada por pneumonia ela deveria tomar a primeira dose na UBS antes de ser encaminhada para a internação? Sim. O tempo entre a transferência, internação e o início de tratamento pode levar horas. Por isso recomenda-se dar a primeira dose de antibiótico na UBS antes de encaminhar para o hospital.

3. Quando não é possível a presença do farmacêutico nas Unidades Básicas de Saúde para dispensação do antibiótico pode haver a supervisão do profissional farmacêutico e a dispensação ser feita por outro profissional de saúde treinado? A ANVISA exige o profissional Farmacêutico em todas as farmácias, porém nas Unidades de Saúde sem farmácia, mas que dispõe de um conjunto de medicamentos supervisionados, não há necessidade.

4. que acontece quando a pessoa não faz o tratamento com o antibiótico até fim e não completa as doses definidas pelo médico? Nesse caso, as bactérias do paciente podem vir a desenvolver resistência ao antibiótico, o que é um problema de saúde pública, pois o uso indiscriminado e incorreto de antibióticos vem crescendo a cada dia.

5. A bula do Antibiótico Solução (Amoxicilina) descreve que o medicamento deve ser dissolvido com água filtrada ou fervida fria. É possível orientar que o Antibiótico pode ser dissolvido com água potável? Sim. Lembramos que a água de torneira, fornecida pelas empresas de saneamento, são adequadas para beber e para se diluir os medicamentos. Não há necessidade de ferver ou filtrar esta água.

6. Em algumas situações pode haver reações alérgicas ao antibiótico. Alguns profissionais de saúde, por não serem médicos, poderiam alegar ter receio de dar a primeira dose por temer reações alérgicas? Essas reações graves embora raras existem. E devido a isso, o correto é que a primeira dose seja dada em uma unidade básica. Por isso as UBS deveriam dispor de insumos adequados para atender às reações alérgicas na primeira hora após a aplicação de fármacos. É sempre melhor ter reações no serviço de saúde que ter em casa.

7. De que maneira o profissional de saúde pode verificar se a mãe ou o responsável entendeu o processo de tratamento? Pedir que repita tudo o que foi dito anteriormente. Ao utilizar copinhos ou seringas dosadoras, pedir que aponte até que ponto deve ser a dose indicada.

Sugestões de perguntas para motivar debate das Coordenações com os Líderes, Capacitadores e Articuladores

• Quais a atividades realizadas pela Unidade Básica de Saúde em sua comunidade sobre os sinais de perigo e a busca dos serviços no tempo adequado?

• O que pode acontece com as crianças com pneumonia, que têm receita para tomar antibiótico e não recebem logo o medicamento na Unidade Básica de Saúde para começar o tratamento?

• Como dialogar na Unidade de Saúde sobre este assunto?

• Quais as soluções de continuidade para que os antibióticos estejam sempre disponíveis para crianças em todas as Unidades Básicas de Saúde?

DICAS é um informativo técnico dirigido às Equipes de Coordenação da Pastoral da Criança. Se tiver alguma sugestão de tema ou dúvida, escreva para: Coordenação Nacional da Pastoral da Criança Rua Jacarezinho, 1691 • Curitiba – PR • 80810-900 Fone: (41) 2105 0250 • Fax: (41) 2105-0201 • E-mail: pastcri@pastoraldacrianca.org.br