Alimentação

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Perguntas Frequentes sobre Alimentação
Multimistura

Quais são as publicações mais recentes da Pastoral da Criança sobre Multimistura?

Multimistura de farelos não combate a Anemia

Publicado em julho/2005 em Aprendendo Mais do Jornal da Pastoral da Criança.MultimisturaFarelosnaoCombateAnemia.pdf

Prevenindo a Anemia

Publicado no DICAS nº 38 (Junho 2006) PrevenindoaAnemia.pdf

Alimentação Enriquecida. Por uma segurança Alimentar e Nutricional

Publicado no DICAS nº 28 (Setembro 2005) AlimentacaoEnriquecida.pdf

Multimistura de Alimentos. Resgate do Conceito Original. Quanto mais colorido for o prato melhor!

Publicado no DICAS nº 28 (Junho de 2005) Multimistura.pdf

Onde encontro a Multimistura ?

Quanto à farinha multimistura, não são todas as comunidades que a produzem e, em geral, quando o fazem é para consumo próprio. Assim, sugiro que você entre em contato com a Pastoral da Criança mais próxima para saber se esta é produzida para venda. Você pode obter o endereço desta Pastoral no link abaixo:

http://www.pastoraldacrianca.org.br/organizacao/coord_diocesana.php

Caso não saiba a qual Diocese pertence o município onde você mora, favor acessar:

http://www.pastoraldacrianca.org.br/organizacao/estat_mun.php

Aproveitamos a oportunidade para esclarecer, abaixo, alguns tópicos sobre a alimentação utilizada pela Pastoral da Criança. Maiores informações constam no nosso site.

Os produtos utilizados na multimistura devem ter:

  • alto valor nutritivo
  • baixo custo
  • bom paladar e
  • produção regionalizada.

A alimentação do dia-a-dia deve ser enriquecida com folhas e frutas cruas. Não basta usar apenas multimistura de farinhas.

Não só de pão viverá o homem (Mt 4,4)

Recomendações:

  • Produzir a multimistura em nível comunitário e não em fábricas. O processo de fabricação de acordo com as normas impediria as mães de entrarem na fábrica. Assim, as mães nada aprenderiam sobre como preparar os alimentos e, muito provavelmente, contaminariam sua comida,e a multimistura, no preparo do dia-a-dia.
  • Promover o combate da anemia através da melhoria de acesso aos serviços de saúde, especialmente na gestação, estímulo ao aleitamento materno, uso da alimentação enriquecida e, para as gestantes e crianças que já têm anemia, uso de medicamento rico em ferro por vários meses(5).
  • Promover maior uso de alimentos regionais na alimentação de costume ena multimistura, como por exemplo: amendoim, castanhas, coco, gergelim, girassol, soja, feijão, farinha de banana. Estes deveriam,gradualmente, substituir os farelos de trigo e arroz importados de outras regiões ou mesmo de outros países.
  • Promover o consumo de alimentos crus, tais como frutas e verduras.Buscar alimentos produzidos de forma saudável, se possível, orgânicos.No entanto, cuidar com os exageros: infelizmente ainda não existe produção de alimentos orgânicos em quantidade suficiente e a preço acessível para todos. O ideal seria conhecer o produtor e seu manejo de produção e armazenamento. É muito melhor ajudar um produtor local a produzir alimentos com qualidade do que importar alimentos de produtores desconhecidos, pois a contaminação pode ocorrer não só n aplantação, mas também durante o transporte ou armazenamento.

É importante ressaltar que por mais que enriqueçamos a alimentação de uma criança desnutrida é vital que os líderes continuem a partilhar muita “vitamina A” e “vitamina C”: A de Amor e C de carinho. Sem isso,e a benção de Deus, nenhuma refeição terá efeito, por mais requintada que seja.

Os Cristãos tinham tudo em comum, repartiam seus Dons com Alegria, Deus espera que os Dons de cada um, se repartam com Amor no dia a dia. (At2,42)

Multimistura para doenças específicas ou para adultos?

Infelizmente a Pastoral da Criança não tem experiência em problemas nutricionais de adultos.

Aproveitamos a oportunidade para esclarecer, a cima no item Publicações sobre a Multimistura alguns tópicos sobre a alimentação utilizada pela Pastoral da Criança. Maiores informações constam no nosso site.

A Multimistura de farelos não combate a anemia?

A anemia é a doença que mais afeta as crianças brasileiras. Na região Sul do Brasil, metade das crianças têm anemia. Em algumas cidades, como o Recife, 90% das crianças pobres sofrem com a anemia.

A anemia começa com a falta de ferro durante a gestação. Gestantes com anemia têm filhos com baixo estoque de ferro, assim quando a criança precisa fabricar seu sangue, falta ferro e a criança inicia a anemia.

O problema se agrava quando a criança não mama no peito. O leite materno tem ferro adequado e em quantidade sufi- ciente para a criança até os 6 meses de idade. Quando a mãe não amamenta ou dá chás, água ou outros alimentos antes dos 6 meses de idade, a criança pode não ter ferro suficiente em sua alimentação ou ter dificuldade para usar o ferro dos alimentos para fabricar seu sangue. O leite de vaca, por exemplo, tem um tipo de ferro que a criança tem dificuldade de utilizar.

Depois dos 6 meses, é importante que a criança coma outros alimentos, além mamar no peito. Às vezes as mães dão caldo de feijão e não o feijão amassado. Acontece que o ferro está principalmente no grão e não no caldo.

É muito importante que a criança desde pequena coma também alimentos de origem animal, principalmente o fígado (de boi, galinha, cabra, carneiro, porco, etc.), moela, coração, rim,tutano dos ossos (medula dos ossos). Estes alimentos são mais baratos que a carne e possuem mais ferro.

Alimentos com vitamina C ajudam o organismo a absorver o ferro. Assim, é muito importante acrescentar, na mesma refeição que a criança come alimentos com ferro, saladas ou frutas como sobremesa. Os alimentos crus, em geral, possuem vitamina C. Ao esquentar o alimento, a vitamina C é perdida com o calor.Certas bebidas e comidas diminuem a absorção de ferro. Por isso, as crianças não devem receber junto com as refeições: café, chá preto, chá mate, refrigerante e chocolate, por exemplo.

Em pesquisa realizada nas creches do município de Pelotas /RS, foi dado multimistura com farelo de trigo (30%) , farelo de arroz (30%), farinha de milho (15%), farinha de trigo (10%), casca de ovo (5%), e sementes de abóbora ou girassol (5%) para crianças de 1 a 7 anos. Cerca de 1200 crianças participaram do estudo, sendo que metade recebeu a multimistura de farelos por meio ano. No final da pesquisa, não havia diferença quanto a anemia entre as crianças que receberam e as que não receberam a multimistura de farelos.

Conclusão: a multimistura de farelos não foi capaz de recuperar a anemia das crianças.

Assim, a Coordenação Nacional da Pastoral da Criança recomenda que os líderes façam o seguinte para evitar a anemia e ajudar na recuperação das crianças:

  • Incentivem o pré-natal e que a gestante tome o medicamento com ferro receitado pelo médico no pré-natal;
  • Incentivem o aleitamento materno exclusivo até 6 meses e que a mãe continue amamentando até 2 anos ou mais;
  • Incentive a mãe a utilizar miúdos (fígado, moela, coração, rim). É importante que a líder ajude a mãe a testar uma maneira

de preparar estes alimentos do jeito que a criança goste: cozido com legumes (tipo sopa grossa) , frito na farinha de mandioca, etc

  • Acrescentar alimentos ricos em Vitamina C, principalmente no almoço e janta. São fontes de vitamina C as frutas cruas (caju,

manga, limão, laranja, abacaxi, mamão, acerola) e verduras cruas.

Importante: é muito demorado recuperar uma criança anêmica apenas com alimentação. Por isso, crianças com anemia devem,além de enriquecer sua alimentação, tomar medicamento com ferro por vários meses. Estas crianças devem ser encaminhadas ao Serviço de Saúde para receber este medicamento.

"Milagrosa Mistura" não salva como dizem as pessoas que as fornecem?

O milagre existe, mas não é da multimistura. Descobrimos isto depois que o Sistema de Saúde passou a distribuir a multimistura em alguns Postos de Saúde: ora o efeito era pequeno ora não fazia efeito. Fizemos muitas pesquisas e vimos que, embora a multimistura tenha o seu papel, a presença do líder da Pastoral da Criança junto às famílias era mais importante: orientando a mãe a melhor aproveitar os alimentos, a fazer receitas de comidas mais apropriadas para a idade da criança, a priorizar o amor na relação pais-filhos e entre o marido e mulher, a cuidar das doenças mais comuns da infância, percebendo as oportunidades de desenvolvimento que a criança precisava etc.

Segundo pesquisador Juraci Cesar, formado na Universidade de Londres (PhD), a multimistura tem um pouco da "sopa de pedra" daquela estória: serve de desculpa para ir acrescentando legumes e temperos ao prato que, assim, torna-se nutritivo e delicioso. Enfim, as pessoas de fato viam que a multimistura tinha um efeito extraordinário, mas não enxergavam que o seu próprio trabalho era ainda mais valioso.Hoje a recomendação da Pastoral da Criança é voltar ao conceito original de multimistura, incluindo frutas e verduras (afinal é multimistura e não apenas mistura de 4 pós, como foi reduzida com o passar do tempo).

Enfim, o amor é o principal ingrediente da Multimistura.

Sopa de pedra

Qual o valor nutritivo de cada ingrediente usado na Multimistura?

A multimistura da Pastoral da Criança é de fato multi: há centenas de ingredientes que podem ser utilizados. Sugiro que você veja nas publicações acima especialmente o RESGATE DO CONCEITO ORIGINAL:QUANTO MAIS COLORIDO FOR O PRATO DE COMIDA, MELHOR!

Com que idade poder-se dar a Multimistura a uma criança?

A criança deve receber só leite de peito até o 6º mês de vida. Depoisvocê pode introduzir outros alimentos.

A quantidade de multimistura depende de seus ingredientes. A Dra. Clara Brandão recomenda, no máximo, a cada dia, 10 g (dez gramas) detetramistura (farelo de trigo, farelo dearroz, pó da casca de ovo e pó da folha de mandioca).

A Pastoral da Criança recomenda uma multimistura de alimentos,incluindo frutas e verduras. Aliás, preferimos dar o nome do que fazemos de Alimentação Enriquecida. Nesta alimentação, umacriança de 1 a 2 anos receberia 1,3 kg (um quilo e trezentas gramas)de: leite e seus derivados, frutas, verduras, massas/cereais, carnes oumiúdos etc.

Qual a quantidade de multimistura recomendada para ser utilizada diariamente por crianças de 1 a 2 anos?

Todo mês a Pastoral da Criança publica em seu Jornal uma receita. Você pode verificar que alguma delas responde à sua necessidade. Para isto,entre nesta página: Edições publicadas do Jornal da Pastoral da Criança.

A receita do mês de fevereiro é:ReceitaMesdeFevereiro.pdf

Abaixo, coloco algumas indicações do Guia do Líder da Pastoral da Criança a respeito da alimentação de crianças de 12-24 meses: Alimentação e aleitamento materno - página 234.

Líder, explique para os pais e familiares que a criança nesta idade come os mesmos alimentos que a família, só que em menor quantidade. Como já tem mais dentes, consegue mastigar melhor. Ela jágosta de tentar comer e beber pegando a colher e o copo com sua própria mãozinha. Fazendo isso ela vai aprendendo a comer sozinha.

Para evitar o desperdício de alimentos, é bom que os pais coloquem pequenas quantidades de cada alimento no prato da criança.Logo que ela comer o que foi colocado, os pais devem colocar mais comida até que ela deixe resto no prato ou recuse mais alimentos.

Além de comer outros alimentos, é bom que a criança mame no peito nos intervalos das refeições. O leite materno continua sendo fonte de saúde para a criança!

Líder, quando a criança está ganhando muito peso, é bom conversar comos pais sobre os hábitos alimentares da família. Crianças que mamam no peito têm menos chances de ficar obesas depois de adultas. A obesidade pode causar problemas respiratórios, pressão alta e diabetes. Veja Alimentação e aleitamento materno - página 244.

A criança já sabe comer sozinha. Comendo junto com as outras pessoas da família, ela se alimenta melhor. É preciso que ela faça um lanche entre as refeições, pois seu estômago é pequeno e não cabe nele muita comida. Nesses lanches é bom oferecer frutas da região.A criança que desde cedo come frutas, verduras e legumes variados recebe maiores quantidades de vitamina, ferro e fibras, além de adquirir hábitos alimentares saudáveis. É bom evitar que a criança receba na sua alimentação açúcar, café,enlatados, frituras, refrigerantes, balas, salgadinhos e outras guloseimas, nos primeiros anos de vida. Eles não são saudáveis e tiram o apetite da criança para comer alimentos nutritivos.

Qual a quantidade de multimistura recomendada para ser utilizada diariamente por crianças de 1 a 5 anos?

A quantidade de multimistura depende de seus ingredientes. A Dra. Clara Brandão recomenda, no máximo, a cada dia, 10 g (dez gramas) de tetramistura (farelo de trigo, farelo de arroz, pó da casca de ovo e pó da folha de mandioca).

A Pastoral da Criança recomenda uma multimistura de alimentos,incluindo frutas e verduras. Aliás, preferimos dar o nome do que fazemos de Alimentação Enriquecida. Nesta alimentação, uma criança de 1 a 2 anos receberia 1,3 kg (um quilo e trezentas gramas)de: leite e seus derivados, frutas, verduras, massas/cereais, carnes ou miúdos etc.

Pastoral distribui multimistura?

A Coordenação Nacional da pastoral da criança, não produz nem distribui a multimistura, trabalhamos com orientações básicas de saúde, nutrição e higiene, para que as mães possam melhorar a alimentação da família com aquilo que elas tem em casa. O conceito original da multimistura é que para combater a desnutrição ela deveria ser composta por alimentos regionais, de alto valor nutritivo, de fácil preparo e bom paladar. Com o passar do tempo a multimistura acabou sendo minimizada no que na Pastoral da Criança chama de tetramistura / multimistura de farelos, composta com quatro ingredientes: farelo de arroz, farelo de trigo, pó da casca de ovo e folhas de mandioca.

No entanto, um estudo realizado pela Universidade de Pelotas mostra que a multimistura não recupera a anemia das crianças e não faz crianças nutridas ganharem peso (aliás nem devia, pois poderíamos causar a obesidade).

Portanto o que a Pastoral da Criança vem incentivando atualmente é a Alimentação Saudável, através do consumo da maior variedade possível de alimentos disponíveis na própria região, principalmente arroz, feijão, frutas, verduras e legumes.

A produção de multimistura, quando necessário, deve ser em nível comunitário (ensinar a mãe na sua casa a preparar) e não em fábricas.

Anexos

Dicas 29

Oficio Multimistura