Dicas 21
Educação para Paz Maio/2002
Dicas nº 21 |
Da Coordenação Nacional da Pastoral da Criança
Às Coordenações Comunitárias, de Ramo/Paroquiais, de Áreas, Setores/Diocesanas e Estaduais
Maio de 2002 - nº 21
Para acessar o arquivo em PDF, no site da Pastoral da Criança, clique aqui
Conteúdo
- A PAZ COMEÇA EM CASA
- Para aprofundar o tema, sugerimos estudar os seguintes materiais:
- PRIMEIRO MOMENTO - VER: APRESENTAÇÃO DO TEMA
- SEGUNDO MOMENTO - JULGAR: REFLEXÃO SOBRE O ASSUNTO
- TERCEIRO MOMENTO - AGIR: COMPROMISSOS PARA AÇÃO
Índice
A PAZ COMEÇA EM CASA
É dentro da família que a criança começa a ser educada tanto para a paz quanto para a violência. Os pais têm grande responsabilidade pela educação de seus filhos. Esta educação deve ter como base o amor e o respeito pelas crianças como seres humanos, únicos e dignos.
A Pastoral da Criança vem orientando constantemente as famílias acompanhadas sobre a necessidade de respeitar e amar a criança antes mesmo de seu nascimento. Mas foi a partir da Campanha da Paz, em 1999, que a Educação para a Paz ganhou destaque na Pastoral da Criança, reforçando a importância das relações humanas na família
O objetivo desta Pequena Roda de Conversa é envolver toda a comunidade na formação de uma rede de ajuda e orientação aos pais, alertando-os sobre as conseqüências do uso de atitudes violentas como forma de disciplinar e dando dicas de como educar seus filhos para a paz.
Educação para a Paz é um tema que leva a várias reflexões e discussões. Para ser colocado em prática, deve ser discutido continuamente nas famílias e comunidades.
Para essa Pequena Roda de Conversa com o tema A PAZ COMEÇA EM CASA, é importante rever o DICAS Orientações Práticas para a Realização das Pequenas Rodas de Conversa de número 18.
É interessante que os líderes e coordenadores da Pastoral da Criança convidem para esta pequena roda outras pastorais, como a Pastoral da Juventude e a da Família; profissionais e agentes da área social, de saúde e educação, os conselheiros tutelares, conselheiros municipais de saúde, de educação, dos direitos da criança e do adolescente e de outras entidades afins que houver no município.
Para aprofundar o tema, sugerimos estudar os seguintes materiais:
1. Este DICAS número 21 sobre A PAZ COMEÇA EM CASA;
2. O artigo da sessão "Aprendendo Mais" do Jornal da Pastoral da Criança - Maio/Junho 2002, edição 70, com o título A IMPORTÂNCIA DOS LIMITES NA EDUCAÇÃO DA CRIANÇA;
3. O programa de Rádio VIVA VIDA número 556 com o título Paz na Família que será veiculado na semana de 27 a 31 de maio de 2002. Após a transmissão do programa é importante que a Diocese ou Paróquia recolha os CD’s ou fitas cassetes para serem usadas no preparo dessa reunião;
4. O livro A Paz começa em Casa da Pastoral da Criança;
5. Os 10 Mandamentos da Paz na Família;
6. A fita de vídeo Criança - direito de ser amada.
PRIMEIRO MOMENTO - VER: APRESENTAÇÃO DO TEMA
Depois da Acolhida, elege-se uma pessoa para anotar as idéias e decisões do grupo e inicia-se uma conversa sobre a realidade da educação das crianças nas famílias da comunidade.
ALGUMAS PERGUNTAS PODEM AJUDAR NESSE PRIMEIRO MOMENTO:
- Quais são as principais características das crianças da nossa comunidade? Na nossa comunidade, como os pais ou responsáveis educam suas crianças?
Depois dessa conversa o grupo pode ler e discutir o texto abaixo:
ALGUNS TIPOS DE EDUCAÇÃO NA FAMÍLIA E SUAS CONSEQÜÊNCIAS
1. Educação autoritária: acontece quando os pais tentam manter o poder sobre os filhos a qualquer custo, impondo respeito através de castigos físicos, de proibições exageradas e injustas, xingando, humilhando e ameaçando a criança.
São pais que, na maioria das vezes, têm medo de "perder as rédeas" e por isso têm necessidade de impor respeito, de não ceder, de dominar e de tentar moldar as crianças. Quando os filhos mostram comportamentos até saudáveis como dar uma opinião ou tomar alguma iniciativa, esses pais se assustam e sentem a necessidade de controlá-los para que logo descubram "quem manda em casa". Assim, eles encobrem a insegurança e o medo de serem dominados. Geralmente acabam batendo para descarregar sua frustração, sua impotência, sua raiva e a incapacidade para manter o diálogo.
Esses pais "deseducam" os filhos porque desrespeitam as crianças em suas necessidades de explorar, experimentar e utilizar o seu próprio potencial. Como conseqüência a criança se cria com medo ou com revolta.
O medo talvez seja a pior das conseqüências, pois ele aprisiona e impede a criança de aprender a se comunicar com honestidade, com espontaneidade e a tomar decisões. Por outro lado, a criança pode se tornar rebelde e hostil. Ela aprende que é importante usar a força e até mesmo bater para obrigar as pessoas a obedecê-la ou para conseguir o que quer.
2. Educação permissiva: acontece quando os pais são comodistas, não têm muito tempo ou vontade de dar atenção e afeto aos filhos. Tentam compensar seu sentimento de culpa deixando os filhos fazer o que querem. Para eles é mais fácil ceder do que ter o trabalho de colocar limites. Assim acabam perdendo as rédeas da situação. Em conseqüênciaa criança se sente muito poderosa e prepotente e cresce com pouca tolerância a frustração, tem dificuldade de esperar e de perceber as necessidades dos outros. Geralmente essa criança é impulsiva e tem sentimentos de insatisfação, abandono, com a sensação de estar perdida.
3. Educação libertadora: acontece quando os pais buscam desenvolver na criança a cooperação, a co-responsabilidade e o respeito mútuo. É uma educação onde existe uma comunicação respeitosa de pai para filho, onde o filho têm o direito de sentir e de pensar a maneira dele e de dar suas opiniões, sem que um tenha que ser violentado ou oprimido para que o outro possa se satisfazer. As conseqüências dessa educação para a criança são muito positivas, porque na medida em que ela é tratada com amor e respeito, desenvolve valores importantes para a convivência com outras pessoas, como a cooperação, a solidariedade, a gentileza, o respeito, a consideração e a responsabilidade. Essa é a verdadeira Educação para a Paz!
PARA FINALIZAR ESSE MOMENTO, O GRUPO PODE RESPONDER A SEGUINTE PERGUNTA:
- Qual é a relação entre os tipos de educação que as crianças têm na família com os problemas de violência encontrados na comunidade?
Para enriquecer esse momento, o artigo da seção APRENDENDO MAIS do Jornal da Pastoral da Criança da edição maio/junho de 2002 pode ser lido e discutido com o grupo.
SEGUNDO MOMENTO - JULGAR: REFLEXÃO SOBRE O ASSUNTO
Depois do VER, o texto a seguir pode ajudar o grupo a pensar melhor no papel da família e da comunidade frente à educação da criança:
Jesus se colocava do lado dos pequenos, dos excluídos e sempre assumia a sua defesa. É impressionante tudo o que Ele fez em defesa das crianças:
1. Acolher e não escandalizar. Jesus era contra os que causavam escândalo nas crianças e aos que faziam elas perderem sua fé em Deus.
2. Acolher e tocar. Jesus acolhia as mães com as crianças e as abençoava. Tocava nelas e abraçava e pedia: "Deixem vir as crianças, não as impeçam!" (Mc 10,13-16).
3. Tornar-se como criança. Jesus pedia que os discípulos se tornassem como criança para entrar no Reino dos Céus (Mt 18,3). Ele colocava as crianças como professores dos adultos.
4. Identificar-se com os pequenos. Jesus abraçava as crianças e identificava-se com elas. "Quem recebe uma criança, é a mim que recebe" (Mc 9,37). "E tudo o que vocês fizerem a um destes mais pequenos foi a mim que o fizeram" (Mt 25,40).
5. Agradecer pelo Reino de Deus presente nas crianças. A alegria de Jesus era grande quando percebia que as crianças entendiam as coisas que Ele anunciava ao povo. Jesus reconhecia que os pequenos entendiam mais do Reino que os doutores.
Baseado no texto de Carlos Mesters extraído do livro Meninos e Meninas
ALGUMAS PERGUNTAS PODEM AJUDAR NA REFLEXÃO DESSE SEGUNDO MOMENTO:
- o texto fala da atitude de jesus perante as crianças. como é a nossa atitude em relação as crianças? Como se educa para a paz crianças que não têm suas necessidades básicas atendidas como comer, dormir, beber e ainda ter carinho, atenção e a proteção dos pais? Que outras dificuldades os pais ou responsáveis encontram para educar a criança para a paz?
TERCEIRO MOMENTO - AGIR: COMPROMISSOS PARA AÇÃO
Neste momento deve-se planejar as ações e firmar os compromissos de cada um frente a Educação para a Paz. É importante apontarmos caminhos éticos e cristãos para que haja uma mudança de mentalidade na educação das crianças. Se queremos um mundo não violento devemos começar educando sem violência as futuras gerações!
ALGUMAS PERGUNTAS PODEM AJUDAR NESSE MOMENTO:
1. Que ações já existem na comunidade que visam a Educação para a Paz?
2. Como desenvolver nos pais ou responsáveis a capacidade de educar seus filhos sem violência?
3. Como orientá-los para que compreendam as necessidades de seu filhos e seus comportamentos nas diferentes fases de desenvolvimento?
4. O que pode ser feito? o que cabe a nós fazer? Quem de nós vai fazer?
5. Quando nos reuniremos novamente para avaliar o que já foi feito e planejarmos outras ações?
Sugerimos encerrar a reunião com um canto ou um momento de louvor e agradecimento
Pais, não dêem aos filhos motivo de revolta contra vocês; criem os filhos
educando-os e corrigindo-os como quer o Senhor!
Efésios 6,
Autoras: Mônica Flügel Hill e Marilda Liliane Urso
Assessoras da Coordenação Nacional da Pastoral da Criança