Projeto 1.000.000 de Cisternas
Projeto 1 Milhão de Cisternas
Sobre o projeto
O Projeto 1 Milhão de Cisternas (P1MC) pretende construir uma cisterna para cada casa do Semiárido Nordestino, onde se calcula, vivem cerca de 3 milhões de famílias. Em 2001 foi criada a Articulação para o Semiárido (ASA), entidade que reúne mais de 700 Organizações Não-Governamentais (ONGs) presentes no Nordeste com o objetivo de erradicar a pobreza e a fome da região. A ASA adotou um projeto já existente da Caritas (uma instituição de assistência social ligada à Igreja Católica).
Após avaliação do impacto da construção de cisternas em algumas pequenas comunidades, a ASA decidiu tentar ampliar o projeto, para construir 1 milhão de cisternas que beneficiassem 5 milhões de pessoas no prazo de cinco anos. Já foram construídas 4.000 cisternas. Os planos contemplam a construção de 45 mil no primeiro ano, 138.500 no segundo, 275.400 no terceiro, 299.100 no quarto e 242 mil no quinto, a um custo estimado de R$ 1.300,00 para cada cisterna, nos cálculos das ONGs.
A ONG dos funcionários do Banespa, que construiu pouco mais de 90 cisternas na região, chegou a custos que variam entre R$ 844,00 até R$ 1.200,00. A variação é grande não só pelas cisternas poderem ser de diferentes tamanhos (10 mil até 20 mil litros) e tipos, mas também por depender do uso de mão-de-obra local, para complementar a renda da própria família, ou de moradores da região que constroem os reservatórios em sistema de mutirão.
As cisternas são feitas com placas pré-moldadas de cimento, segundo know-how de um morador da região. Nel, pedreiro de Simão Dias, Sergipe, começou a construir cisternas de placas há 35 anos, com seu irmão. De lá, a prática se estendeu para Bahia, espalhando-se pelo Nordeste.
Os benefícios do Projeto Cisternas consistem em reduzir drasticamente a mortalidade infantil, combater o analfabetismo, aumentar a renda, organizar as comunidades, frear o êxodo rural.
Dados
- Área de 868 mil Km quadrados.
- Abrange o norte dos Estados de Minas Gerais e Espírito Santo; o sertão da Bahia, Sergipe, Alagoas, Pernambuco, Paraíba, Rio Grande do Norte, Ceará, Piauí, e sudeste do Maranhão.
- Estima-se que vivam aproximadamente 8 milhões de pessoas na área rural dessa região, o que a torna o semi-árido mais populoso do mundo.
- Na região chove em média 700 a 750 milímetros por ano.
- A chuva não é regular, e o solo não absorve a água, que evapora rapidamente.
- Por isso é importante captar a água das chuvas e armazená-la para a estiagem.
- Cisternas caseiras são o reservatório mais simples e eficiente.
- Cisternas de placas são o tipo mais comum.
- Cisternas de placas são reservatórios cilíndricos, cobertos e semi-enterrados que permitem o armazenamento de água para consumo humano.
- O tamanho da cisterna varia de acordo com o número de pessoas da casa e do tamanho do telhado.
- A experiência mostra que pode garantir água potável para a família beber e cozinhar por oito meses.
- Uma família de cinco pessoas terá água para beber por até um ano, com 200 mm de chuva por ano.
Benefícios
- Queda vertical dos casos de verminose. Uma comunidade da Bahia acusou 100% de habitantes com verminose antes da construção de cisternas. Depois, caiu para 7%.
- Uma família gasta em média uma hora por dia para buscar água nos açudes. Com a cisterna têm mais tempo para outras atividades.
- Diminui a dependência da população aos caminhões-pipa enviados por políticos regionais.
- Promove a educação da população em questões de saúde, higiene, ecologia e cidadania.
- Contribui para a geração de renda tornando o grupo beneficiado auto-sustentado.
- Fixação da população na região.
Custos
- Segundo técnicos da ONG dos funcionários do Banespa, que trabalham com o Projeto Cisternas, os custos atuais variam bastante, de um mínimo de R$ 844,00, até o máximo de R$ 1.200,00. Há construções de R$880,00 a R$ 900,00, até R$ 1.111,00.
- Os materiais necessários são cimento, areia, ferro, arame, brita, vedacit, calhas de zinco, pano, canos de PVC e joelho de PVC e supercal.
- As cisternas podem armazenar 10 mil, 15 mil, 16 mil, até 20 mil litros.
- A mão-de-obra é a própria família, que precisa aprender não só a construir a cisterna, mas como fazer sua manutenção e como tratar a água.
- Pedreiros são treinados para fazer cisternas. Pela obra podem receber R$ 100,00, muito acima da média do sertão. Dá-se preferência a pedreiros da própria comunidade.
A parceria com a Pastoral da Criança
O P1MC registra cada uma das cisternas entregues, marcando sua latitude/longitude. O PIMC repassou para a Pastoral da Criança algumas dessas cisternas, cerca de 155.000, que foram validadas e carregadas no banco de dados.
O objetivo é comparar as comunidades do P1MC com as comunidades da Pastoral da Criança, e aproveitar os pontos das comunidades do P1MC que sejam similares, gravando no banco de dados o ponto como dado aproximado, até que haja uma forma mais exata para obter a localização da comunidade da Pastoral.