Mudanças entre as edições de "Missão do Coordenador da Pastoral da Criança Julgar"
(→Ações da Pastoral da Criança) |
(Organograma criado pela Dra. Zilda já nos primeiros anos da Pastoral da Criança e divulgado na página 25 da primeira edição do Manual dirigido às coordenações de paróquia, publicado em 2008.) |
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A Bíblia por si mesma não abre os olhos das pessoas. Mas faz arder o coração (cf. Lc 24,28-32)! O que abre os olhos e fez aquele casal perceber a presença de Jesus foi a atitude deles em acolher aquele desconhecido e convidá-lo para a refeição. É a partilha, tanto a partilha que Jesus faz da Palavra quanto a partilha do pão oferecido por Cléofas e Maria, que os levou a descobrir a presença do Ressuscitado no meio deles. No momento em que é reconhecido, Jesus desaparece. Sua presença física não é mais necessária! Agora Cléofas e Maria experimentam a ressurreição, a vida nova que os faz renascer e caminhar em comunidade. Concretiza-se assim a palavra do próprio Jesus: Pois onde dois ou três estiverem reunidos em meu nome, eu estou ali, no meio deles". (Mt 18,20). | A Bíblia por si mesma não abre os olhos das pessoas. Mas faz arder o coração (cf. Lc 24,28-32)! O que abre os olhos e fez aquele casal perceber a presença de Jesus foi a atitude deles em acolher aquele desconhecido e convidá-lo para a refeição. É a partilha, tanto a partilha que Jesus faz da Palavra quanto a partilha do pão oferecido por Cléofas e Maria, que os levou a descobrir a presença do Ressuscitado no meio deles. No momento em que é reconhecido, Jesus desaparece. Sua presença física não é mais necessária! Agora Cléofas e Maria experimentam a ressurreição, a vida nova que os faz renascer e caminhar em comunidade. Concretiza-se assim a palavra do próprio Jesus: Pois onde dois ou três estiverem reunidos em meu nome, eu estou ali, no meio deles". (Mt 18,20). | ||
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Edição atual tal como às 13h03min de 23 de abril de 2019
Missão do Coordenador da Pastoral da Criança
Julgar |
Pág. 09 | Passos dos Discípulos de Emaús - Evangelho de Lucas 24, 13-35 |
Este texto sobre a Missão do Coordenador tem o mesmo objetivo do Guia do Líder: unir Fé e Vida, Mística e Ação. Para isso toma como base a narrativa evangélica de Lucas a respeito dos discípulos de Emaús.
Esta passagem do evangelho, neste texto, é dividida em quatro passos para iluminar e fundamentar os momentos da metodologia da Pastoral da Criança: ver, julgar, agir, avaliar e celebrar.
Pág.09 | 1° Passo de Emaús: partir da realidade - (Lc 24,13-24) |
O texto de Lucas mostra Jesus encontrando dois amigos numa situação de fuga, de medo e de descrença. Estavam fugindo de Jerusalém, da comunidade. Sabemos que um deles se chama Cléofas. Não sabemos o nome do outro. Mas como o texto evangélico nos informa que Cléofas era casado e que sua mulher se chamava Maria (Jo 19,25), podemos deduzir que estamos diante de um casal de discípulos. A morte de cruz tinha matado neles a esperança. Então Jesus se aproxima e começa a caminhar com eles. Participa da conversa, provocando e escutando. Pergunta: “De que vocês estão falando?”. A ideologia dominante, a religião oficial, a doutrina há tanto tempo transmitida sem vivência impedia-os de enxergar, de desenvolver uma consciência crítica. Esta cegueira impedia-os de perceber algo de novo nos últimos acontecimentos já que “Nós esperávamos que fosse ele quem libertaria Israel; mas...” (Lc 24,21).
O texto nos mostra os primeiros passos de um encontro bíblico: aproximar-se das pessoas com seus problemas, escutar a realidade da vida delas, os problemas que invadem o cotidiano. Saber fazer as perguntas certas para que elas desabafem suas angústias e suas frustrações. Fazer perguntas que ajudem a olhar a realidade com um olhar mais crítico. Saber entender a realidade é o primeiro passo para enfrentá-la e superá-la.
Pág. 09 | 2º passo do Evangelho de Emaús: usar a Bíblia para iluminar a realidade (Lc 24,25-27) |
Com a ajuda da Bíblia, vamos transformar os fatos que nos parecem sinais de morte e de cruz em sinais de vida e de esperança. Tudo aquilo que nos impede de caminhar pode ser transformado em forças e luz para ajudar na caminhada.
A Bíblia é uma luz e a luz serve para iluminar ao nosso redor. Então que ela sirva para entender o que Deus espera de nós e o que Ele quer nos dizer através dos textos sagrados.
Este é o segundo momento, o momento do Julgar, de iluminar a realidade. Neste momento vamos usar, além da Bíblia, os Documentos da Igreja, documentos e materiais da Pastoral da Criança como luzes para os passos da caminhada. Cada um de nós foi chamado por Deus para realizar essa missão de fé e vida. E esse chamado, fortalecido e alimentado pela mística cristã, nos torna membros de uma única família: a Família Pastoral da Criança, chamada por Deus para servir aos mais empobrecidos de nossas comunidades em busca da vida plena para todos.
Pág. 10 | JULGAR
As crianças pobres de meu Ramo têm vida em abundância? |
Índice
- 1 Iluminar a realidade
- 1.1 Bíblia
- 1.2 Documentos da Igreja
- 1.3 Estrutura da Pastoral da Criança
- 1.4 Relação da Pastoral da Criança com Igreja e a República Federativa do Brasil
- 1.5 Regimento Interno da Pastoral da Criança
- 1.6 A Missão dos Líderes e Coordenações da Pastoral da Criança
- 1.7 Planejamento geral das ações
- 1.8 Definição das prioridades de implantação
- 1.9 Ações da Pastoral da Criança
- 1.10 Formação Contínua
- 1.11 Recursos
Iluminar a realidade
Bíblia
Uma pessoa se torna parte da família da Pastoral da Criança quando põe em prática a sua fé e vai ao encontro das crianças e gestantes de sua comunidade. É como disse São Tiago: “Meus irmãos, que adianta alguém dizer que tem fé, quando não a põe em prática? Podeis ver, pois, que alguém é justificado com base naquilo que faz e não simplesmente pela fé.” (Tg 2, 14.24).
Documentos da Igreja
Documento de Aparecida
JULGAR
As crianças pobres de meu Ramo têm vida em abundância?
Iluminar a realidade
Bíblia
Uma pessoa se torna parte da família da Pastoral da Criança quando põe em prática a sua fé e vai ao encontro das crianças e gestantes de sua comunidade. É como disse São Tiago: “Meus irmãos, que adianta alguém dizer que tem fé, quando não a põe em prática? Podeis ver, pois, que alguém é justificado com base naquilo que faz e não simplesmente pela fé.” (Tg 2, 14.24).
Documento de Aparecida
DAp. nº 389 afirma:
“Nossa missão, para que nossos povos tenham vida n'Ele, manifesta nossa convicção de que o sentido, a fecundidade e a dignidade da vida humana se encontra no Deus vivo revelado em Jesus. É urgente a tarefa de entregar a nossos povos a vida plena e feliz que Jesus nos traz, para que cada pessoa humana viva de acordo com a dignidade que Deus lhe deu. Fazemos isso com a consciência de que essa dignidade alcançará sua plenitude quando Deus for tudo em todos. Ele é o Senhor da vida e da história, vencedor do mistério do mal e acontecimento salvífico que nos faz capazes de emitir um juízo verdadeiro sobre a realidade, que salvaguarde a dignidade das pessoas e dos povos.”
Jesus é o sinal do amor do Pai pelos homens. Pela sua vida e pela sua morte demonstrou concretamente este amor. Nós que aceitamos a pessoa de Jesus pela nossa fé, tornando- nos assim seus discípulos, não podemos deixar de amar nossos irmãos e assim colaborar no anúncio e na realização do Reino de Deus, na sociedade.
DAp nº 144:
“Ao chamar aos seus para que o sigam, Jesus lhes dá uma missão muito precisa: anunciar o evangelho do Reino a todas as nações (cf. Mt 28,19; Lc 24,46-48). Por isto, todo discípulo é missionário, pois Jesus o faz partícipe de sua missão ao mesmo tempo que o vincula a Ele como amigo e irmão. Desta maneira, como Ele é testemunha do mistério do Pai, assim os discípulos são testemunhas da morte e ressurreição do Senhor até que Ele retorne. Cumprir esta missão não é uma tarefa opcional, mas parte integrante da identidade cristã, porque é a difusão testemunhal da própria vocação. A nós compete construir o Reino da Vida que Jesus veio trazer à terra. “Eu vim para que todos tenham vida e a tenham em abundância”. (Jo 10,10)
DAp nº 438
“A infância, hoje em dia, deve ser destinatária de uma ação prioritária da Igreja, da família e das instituições do Estado, tanto pelas possibilidades que oferece como pela vulnerabilidade a que se encontra exposta. As crianças são dom e sinal da presença de Deus em nosso mundo por sua capacidade de aceitar com simplicidade mensagem evangélica. Jesus os escolheu com especial ternura (cf. Mt 19,14), e apresentou sua capacidade de acolher o Evangelho como modelo parar entrar no Reino de Deus .” (cf. Mc 10,14; Mt 18,3).
No caminho aberto pela Conferência de Aparecida, foi elaborado o novo Projeto Nacional de Evangelização, O Brasil na Missão Continental.
Diretrizes Gerais da Ação Evangelizadora da Igreja do Brasil (2015-2019)
“É urgente a tarefa de entregar a nossos povos a vida plena e feliz que Jesus nos traz, para que cada pessoa humana viva de acordo com a dignidade que Deus lhe deu” (n. 389).
Jesus é o sinal do amor do Pai pelos homens. Pela sua vida e pela sua morte demonstrou concretamente este amor. Nós que aceitamos a pessoa de Jesus pela nossa fé, tornando-nos assim seus discípulos, não podemos deixar de amar nossos irmãos e assim colaborar no anúncio e na realização do Reino de Deus, na sociedade. “Todo discípulo é missionário”(Documento de Aparecida nº 144). A nós compete construir o Reino da Vida que Jesus veio trazer à terra. “Eu vim para que todos tenham vida e a tenham em abundância”. (Jo 10,10)
A infância, hoje em dia, deve ser destinatária de uma ação prioritária da Igreja, da família e das instituições do Estado (DAp 438). |
No caminho aberto pela Conferência de Aparecida, foi elaborado o novo Projeto Nacional de Evangelização,O Brasil na Missão Continental.
Pág. 11 | Diretrizes Gerais da Ação Evangelizadora da Igreja do Brasil (2015-2019) |
Diretrizes Gerais da Ação Evangelizadora da Igreja do Brasil (2015-2019)
Objetivo Geral EVANGELIZAR, a partir de Jesus Cristo, e na força do Espírito Santo, como Igreja discípula, missionária, profética e misericordiosa, alimentada pela Palavra de Deus e pela Eucaristia, à luz da evangélica opção preferencial pelos pobres, para que todos tenham vida, rumo ao Reino definitivo.
Diretrizes Gerais da Ação Evangelizadora da Igreja no Brasil – 2015-2019
As novas Diretrizes Gerais da Ação Evangelizadora 2015-2019 foram enriquecidas com o magistério do Papa Francisco. A “Alegria do Evangelho” transforma a vida de todos os cristãos e continua despertando-os para a missão.
As urgências nasceram da missionariedade do Documento de Aparecida, e da força da Palavra de Deus meditada e vivenciada na Verbum Domini, de modo que o magistério do Papa Francisco demonstra que as urgências devem tornar-se prioridade na ação evangelizadora da Igreja no Brasil. O Papa Francisco apresentou sua Exortação indicando caminhos para o percurso da Igreja nos próximos anos e convocou toda a Igreja a “avançar no caminho da conversão pastoral e missionária”, e a não deixar as coisas como estão., e a se “constituir em estado permanente de missão” Que as atuais Diretrizes possam contribuir para que a “alegria do Evangelho” renove profundamente nossas comunidades e anime nosso entusiasmo missionário.
As atuais Diretrizes nos chamam atenção para cinco urgências, diante da realidade que se transforma, a Igreja “em saída” é convocada a superar uma pastoral de mera conservação ou manutenção para assumir uma pastoral decididamente missionária, numa atitude de conversão pastoral, como caminho da ação evangelizadora.
a. Igreja em estado permanente de missão
“Ide pelo mundo inteiro e anunciai a Boa Nova a toda criatura! Quem crer e for batizado será salvo!” (Mc 16,15)
Jesus Cristo, missionário do Pai, envia, pela força do Espírito, seus discípulos em constante atitude de missão (Mc 16,15) por meio do testemunho e do anúncio explícito de sua pessoa e mensagem. Em todo sua história, a Igreja nunca deixou de ser missionária. Em cada tempo e lugar, a missão assume perspectivas distintas, nunca, porém, deixa de acontecer.”Fiel ao modelo do Mestre, é vital que hoje a Igreja saia para anunciar o Evangelho a todos, em todos os lugares, em todas as ocasiões, sem demora, sem repugnâncias e sem medo. A alegria do Evangelho é para todo o povo, não se pode excluir ninguém”
Somos convidados a sair de nossa comodidade e ter a coragem de alcançar todas as periferias que precisam da luz do Evangelho. (DGAE 35-40).
b. Igreja: casa da iniciação à vida cristã
“Paulo e Silas anunciaram a Palavra do Senhor ao carcereiro e a todos os da sua casa. E, imediatamente, foi batizado, junto com todos os seus familiares” (At 16,32s)
Em cada tempo e lugar tem um modo característico para apresentar Jesus Cristo e suscitar os corações o seguimento apaixonado à sua pessoa, que a todos convida para com ele vincular-se intimamente. É preciso ajudar as pessoas a conhecerem Jesus Cristo, fascinar-se por ele e optar por segui-lo. A Conferência de Aparecida, insiste que a iniciação à vida cristã não se esgota na preparação aos sacramentos do Batismo, Confirmação e Eucaristia, mas refere-se a adesão pessoal a Jesus Cristo, através de uma inspiração catecumenal. A catequese catecumenal traz consigo importantes consequências para a ação evangelizadora, atitudes tais como: acolhida, diálogo, partilha, escuta da Palavra de Deus e adesão a vida comunitária. Faz-se necessário um perfil de catequista/evangelizador, ponte entre o coração que busca descobrir ou redescobrir Jesus Cristo e seu seguimento na comunidade de irmãos, em atitudes coerentes e na missão de colaborar na edificação do Reino de Deus. A liturgia, celebrada na comunidade dos fiéis, ocupa na ação missionária da Igreja e no seguimento de Jesus Cristo, um lugar de crescimento e amadurecimento na fé. (DGAE nº41-46)
c. Igreja: lugar de animação bíblica da vida e da pastoral
“Toda Escritura é inspirada por Deus e é útil para ensinar, para argumentar, para corrigir, para educar conforme a justiça” (2Tm 3,16)
Iniciação à vida cristã e Palavra de Deus estão intimamente ligadas. Deus se dá a conhecer no dialogo que estabelece conosco. “A Palavra divina, pronunciada no tempo, deu-se e entregou-se à Igreja definitivamente para que o anúncio da salvação possa ser eficazmente comunicado em todos os tempos e lugares” O discípulo missionário é convidado a redescobrir o contato pessoal e comunitário com a Palavra de Deus como lugar privilegiado de encontro com Jesus Cristo, de modo que, na alvorada do terceiro milênio, há muitos cristãos que tem necessidade que a Palavra de Deus lhes seja anunciada novamente, de modo persuasivo para experimentarem assim a alegria do Evangelho. O discípulo missionário, bombardeado a todo momento por questões que lhe desafiam a fé, a ética e a esperança, precisa estar familiarizado com a Palavra de Deus, e com Deus da Palavra, não se sinta abalado (At 2,25; 2Cor 4,8-9) mas continue se solidamente firmado em Cristo Jesus e, por seu testemunho, interpele os corações que o questionam. (DGAE nº 47-54)
d. Igreja: comunidade de comunidades
“Sois uma raça escolhida, um sacerdócio régio, uma nação santa, um povo adquirido para Deus” (1Pd 2,9)
O discípulo missionário de Jesus Cristo necessariamente vive sua fé em comunidade. (1Pd2,9-10) “íntima união ou comunhão das pessoas entre si e delas com Deus Trindade”. Sem vida comunitária, não há como efetivamente viver a proposta cristã. Comunidade implica convívio, vínculos profundos, afetividade, interesses comuns, estabilidade e solidariedade nos sonhos, nas alegrias e nas dores de cada dia. Alimentadas pelo pão da Palavra e da Eucaristia, articuladas entre si, na partilha da fé e na missão, essas comunidades se unem, dando lugar a verdadeiras comunidades de comunidades.
A experiência comunitária, quando vivida à luz da Boa-Nova do Reino de Deus, conduz ao empenho para que a fraternidade e a união sejam assumidas em todas as instâncias da vida, e onde o dialogo, é o caminho permanente para a boa convivência e o aprofundamento da comunhão. (DGAE nº55-61)
e. Igreja a serviço da vida plena para todos
“Eu vim para que todos tenham vida e a tenham em abundância” (Jo 10,10)
A vida é dom de Deus, e é missão dos discípulos o serviço à vida plena. Por isso, a Igreja no Brasil proclama com vigor que “as condições de vida de muitos abandonados, excluídos e ignorados em sua miséria e dor, contradizem o projeto do Pai e desafiam os discípulos missionários a maior compromisso a favor da cultura da vida”
O serviço testemunhal à vida, especialmente a mais fragilizada e ameaçada, é a mais forte atitude de dialogo que o discípulo missionário pode e deve estabelecer com a realidade que sente a negação da primazia do ser humano e o peso da cultura da morte. Na Igreja samaritana, o discípulo missionário vive o anúncio de um mundo diferente que, acima de tudo, por amor a vida, convoca à comunhão efetiva entre todos os seres vivos.
Algumas atitudes fazem-se fundamentais na vivência cristã e amadurecimento da fé, uma delas é compreender a Igreja “em saída” o verdadeiro discípulo missionário exige vínculo efetivo e afetivo com a comunidade dos que descobriram fascínio pelo Senhor. No “Ide” de Jesus Cristo já configuravam os desafios e cenários da nova missão evangelizadora da Igreja, e hoje todos somos chamados a esta nova saída missionária. Papa Francisco afirma: ”Prefiro uma Igreja acidentada, ferida e enlamada por ter saído pelas estradas, a uma Igreja enferma pelo fechamento e a comodidade de se agarrar às próprias seguranças. Por isso ela sabe ir à frente, tomar a iniciativa sem medo, ir ao encontro, procurar os afastados e chegar às encruzilhadas dos caminhos para convidar os excluídos. Vive um desejo inesgotável de oferecer misericórdia.”
A Igreja, “mãe de coração aberto”, “casa aberta do Pai” convoca todos para reunir-se na fraternidade, acolher a Palavra, celebrar os sacramentos e sair em missão, no testemunho, na solidariedade e no anúncio da pessoa e da mensagem de Jesus Cristo.
O Capítulo IV – Perspectivas de ação , no ponto 4.5. Igreja a serviço da vida plena para todos, nº 113 destaca: “Crianças, adolescentes e jovens precisam de maior atenção por parte de nossas comunidades eclesiais, pois são os mais expostos ao abandono, às drogas, à violência, à venda de armas, ao abuso sexual, ao tráfico humano, às várias formas de exploração do trabalho, bem como a falta de oportunidades e perspectivas de futuro. Em vista disso, é importante promover e apoiar a Pastoral Juvenil, Pastoral do Menor, a Pastoral da Criança. Neste contexto, é preciso acompanhar com atenção a discussão sobre a criminalização de menores e manifestar com clareza a posição da Igreja a respeito.”
- para maior aprofundamento consulte: DIRETRIZES DA AÇÃO EVANGELIZADORA DO BRASIL.
Pág. 14 | Objetivo da Pastoral da Criança |
Conforme seu Estatuto, artigo 2, a Pastoral da Criança tem como objetivo o desenvolvimento integral das crianças e promove, em função delas, também suas famílias e comunidades, sem distinção de raça, cor, profissão, nacionalidade, sexo, credo religioso ou político. Entre os vários documentos da Pastoral da Criança está o Guia do Líder e este livro.
14 | Estrutura da Pastoral da Criança |
Estrutura da Pastoral da Criança
A Pastoral da Criança é um Organismo de Ação Social da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil – CNBB com a seguinte estrutura:
a) Assembleia Geral Órgão máximo da Pastoral da Criança, é composta majoritariamente pelos representantes estaduais (88% dos seus 41 membros).
b) Conselho Diretor Eleito pela Assembleia Geral da Pastoral da Criança e ratificado pela CNBB.
c) Coordenação Nacional Dá apoio ao trabalho da Pastoral da Criança em todo o Brasil.
d) Coordenação Estadual Responsável pelos diversos Setores do Estado. É indicada pelos coordenadores de Setor e ratificada pelo Bispo Responsável pela Pastoral da Criança no Estado.
e) Coordenação de Setor Responsável por diversos Ramos do Setor ao qual pertence. É indicada pelos coordenadores de Ramo e ratificada pelo Bispo Diocesano.
f) Coordenação de Ramo Responsável por diversas comunidades de uma mesma paróquia; seu coordenador é indicado, em lista tríplice, pelos coordenadores comunitários do respectivo Ramo e ratificado pelo Pároco.
g) Coordenação Comunitária Exercida por um dos líderes da comunidade.
15 | Organograma da Pastoral da Criança |
Pág. 16 | Relação da Pastoral da Criança com Igreja e a República Federativa do Brasil |
Relação da Pastoral da Criança com Igreja e a República Federativa do Brasil
A Pastoral da Criança, para facilitar a sua organização, criou uma nomenclatura própria. No quadro observa-se as relações entre a organização da CNBB, da Pastoral da Criança e da República Federativa do Brasil:
* Azul: estrutura da Igreja Católica no Brasil, observando-se o seu direito canônico; * Verde: estrutura própria da Pastoral da Criança, desenvolvida para facilitar a articulação e agilizar suas atividades; * Amarelo: estrutura da República Federativa do Brasil. Nos três blocos de organização, a comunidade é base de todo o trabalho. As linhas indicam ligações entre os blocos. Por exemplo: * Uma Coordenação de Setor estará obrigatoriamente ligada a uma Diocese. * A Coordenação de Setor poderá coincidir totalmente com a Diocese ou ser apenas uma parte de Arquidiocese. Conforme a organização da Arquidiocese, esta parte pode ser chamada de Vicariato, Região Episcopal, Forania, Decanato etc. |
17 | Regimento Interno da Pastoral da Criança |
Regimento Interno da Pastoral da Criança
O Regimento Interno da Pastoral da Criança organiza o funcionamento dos vários órgãos da Pastoral da Criança. Vamos nos deter um pouco mais no que se refere aos Conselhos de Representantes dos Beneficiários e Agentes Voluntários, do qual vocês fazem parte diretamente.
Seção VI – Conselhos de Representantes dos Beneficiários e Agentes Voluntários
Parte I – Natureza e Composição dos Conselhos de Representantes dos Beneficiários e Agentes Voluntários
Art. 33 – O Conselho de Representantes dos Beneficiários e Agentes Voluntários em nível comunitário é constituído por um grupo de beneficiários da Pastoral da Criança e um ou mais agentes voluntários com seu coordenador. O coordenador comunitário será escolhido entre os líderes da comunidade a que pertence e ratificado pelo coordenador do Ramo.
Art. 34 – O Conselho de Representantes dos Beneficiários e Agentes Voluntários em nível de Ramo é constituído pelos coordenadores comunitários, com o Coordenador de Ramo e sua equipe de apoio. O Coordenador de Ramo será indicado, em lista tríplice, pelos coordenadores comunitários do respectivo Ramo. O Coordenador de Setor apresentará a lista tríplice ao pároco, que escolhe e ratifica um dos nomes. Parágrafo único: Em Ramos que possuem apenas uma comunidade ativa, o Coordenador de Ramo não pode ser reeleito. Neste caso, o Coordenador será indicado em lista tríplice, pelos lideres do respectivo Ramo. O Coordenador de Setor apresentará a lista ao pároco, que escolhe e ratifica um dos nomes. O Coordenador de Ramo será indicado, em lista tríplice, pelos lideres comunitários da única comunidade ativa, assim entendida aquela que tenha enviado Folha de Acompanhamento das Ações Básicas de Saúde, Nutrição e Educação (FABS), nos últimos 3 (três) meses.
(...)
Art. 35 – O Conselho de Representantes dos Beneficiários e Agentes Voluntários em nível de Setor é constituído pelos Coordenadores de Ramo e o e o Coordenador de Setor . O Coordenador de Setor será indicado, em lista tríplice, pelos coordenadores de Ramos. O Coordenador estadual apresentará a lista tríplice ao Bispo, que escolhe e ratifica um dos nomes.
(...)
Art. 38 – Cada Coordenador terá um suplente, eleito anualmente em Assembleia, com a missão de representá-lo nas Assembleias Gerais e nos Encontros promovidos pela Pastoral da Criança, na impossibilidade do Coordenador comparecer.
Art. 39 – Nas assembleias convocadas para a indicação da lista tríplice nos diversos níveis, é obrigatório que cada coordenador indique o nome de três pessoas diferentes no seu voto. Será considerado nulo o voto que não apresentar três nomes diferentes. Parágrafo 1º Todo membro da Assembleia, bem como a Autoridade Eclesiástica e os Coordenadores das instâncias superiores podem propor nomes de pessoas que conheçam e comunguem dos objetivos da Pastoral da Criança para serem voltados visando a composição da lista tríplice. Os indicados não precisam estar presentes mas devem ter aceitado a indicação formalmente ou por intermédio de um dos membros da Assembleia. (Aprovado na Assembleia Geral 2007)
Art. 40 – O Conselho Diretor da Pastoral da Criança, por solicitação da Coordenação Estadual, poderá criar Núcleos, cujos Coordenadores darão apoio e acompanharão o trabalho das Coordenações de Setor.
Parágrafo único – O coordenador de núcleo, ouvidos os coordenadores dos Setores do respectivo núcleo, será nomeado pelo coordenador estadual. Ele substitui o coordenador estadual nas funções que este delegar, participa das Assembleias do Estado com direito à voz.
Art. 41 – A Coordenação de Setor poderá criar Áreas, cujos coordenadores darão apoio e acompanharão o trabalho das coordenações dos Ramos. O número de Áreas não poderá ser superior a um terço do número de Ramos do Setor.
Parágrafo único: O coordenador de área, ouvidas as bases, será nomeado pelo Coordenador de Setor. Ele participa das assembleias do Setor do qual ele faz parte, com direito a voz.
Art. 42 – Os coordenadores da Pastoral da Criança em nível comunitário, de Ramo, de Setor e de grande metrópole terão mandato de dois anos; o mandato do coordenador estadual é de quatro anos.
Parágrafo 1º: O mandato máximo consecutivo, em todos os níveis citados acima, será de oito anos.
Parágrafo 2º: O início do mandato dos coordenadores deve ocorrer em um prazo não inferior a 30 dias e não superior a 60 dias da Assembleia que indicou a lista tríplice, podendo ocorrer na data da ratificação pela autoridade eclesiástica, quando houver impedimento do coordenador anterior.
Art. 43 – Os coordenadores ou qualquer membro das coordenações podem ser destituídos de suas funções, se houver razão grave, pela mesma autoridade que os ratificou ou nomeou, depois de consultada a instância imediatamente superior.
Art. 44 – Participa ordinariamente, com direito à voz, na reunião de escolha dos coordenadores, o coordenador da instância imediatamente superior e a autoridade eclesiástica, ou representantes.
Art. 45 – No caso de vacância da coordenação, em qualquer nível e independente do motivo, a escolha do novo coordenador será feita no prazo de 30 dias.
Parágrafo único – Por solicitação da respectiva autoridade eclesiástica ou coordenador estadual este prazo poderá ser ampliado para 90 dias, devendo ser nomeado um coordenador interino por este prazo.
Art. 46 – Quanto à participação na política partidária:
I – sigam as orientações da própria Diocese;
II – quem se candidatar a cargo político eletivo não pode em sua campanha utilizar-se da Pastoral da Criança e seus recursos;
III – a partir da homologação da candidatura, o coordenador ou líder se licenciará de sua função;
IV – caso seja eleito, continua licenciado, podendo permanecer como membro da equipe se não houver inconveniência;
V – não sendo eleito e não havendo inconveniência, poderá reassumir sua função.
(...)
53° Compete à Assembleia Geral:
I. fazer a avaliação geral das atividades da Pastoral da Criança e o seu planejamento para os 12 meses seguintes;
II. apreciar as prestações de contas de todos os recursos recebidos, suas fontes, como foram empregados, saldo disponível e situação patrimonial;
III. apresentar os convênios, contratos e compromissos vigentes;
IV. enviar propostas e recomendações à instância superior;
V. apreciar o parecer do Conselho Econômico sobre os recursos financeiros e demais atividades;
VI. fazer a indicação da lista tríplice para o próximo mandato de coordenação;
VII. eleger o Conselho Econômico.
Parágrafo único: As Assembleias de Setor e de Estado devem ser realizadas de forma a cobrir todos os pontos de agenda determinados no regimento interno e dos demais aspectos da vida da organização e com um tempo mínimo de 16 (dezesseis) horas de duração. (Aprovado na Assembleia Geral de 2008)
Art. 62 – A coordenação estadual, de grande metrópole ou de setor atuará de acordo com a missão e a metodologia da Pastoral da Criança, sob orientação e acompanhamento da Coordenação Nacional, havendo mútua colaboração para o desempenho das seguintes atribuições: I – promover eventos em sua circunscrição territorial; II – envidar esforços no sentido de estabelecer com iniciativa privada parcerias, contratos ou acordos de cooperação, com o propósito de angariar meios para o custeio das ações promovidas pela Pastoral da Criança; III – movimentar recursos e promover a prestação de contas dos recursos financeiros recebidos, independentemente de sua origem, em consonância com as normas regimentais e estatutárias, sob pena de responsabilização pessoal civil por eventuais prejuízos causados a terceiros e/ou a Pastoral da Criança; IV – promover articulações e participar de reuniões com autoridades públicas e dirigentes da iniciativa privada; V – representar ou indicar representante da Pastoral da Criança nos conselhos de políticas públicas, controle social e nos conselhos pastorais. Parágrafo 1º: Cabe ao coordenador de setor efetuar os repasses de recurso financeiro aos ramos e receber a prestação de contas mensal dos mesmos. Parágrafo 2º: Não havendo a prestação de contas por parte do ramo, cabe ao coordenador de setor tomar as providências cabíveis perante o próprio ramo e a Coordenação Nacional.
Art. 63 – Cabe aos coordenadores criar todas as condições necessárias para que os líderes possam realizar a missão da Pastoral da Criança junto às famílias. Parágrafo único: Para atender o disposto no caput deste artigo, dentre várias outras atividades previstas no Manual Missão do Coordenador, compete ao coordenador de ramo: I – promover o acompanhamento da qualidade da capacitação e formação contínua dos líderes; II – visitar as comunidades; III – revisar e enviar as FABS; IV – tomar providências caso as comunidades não estejam enviando regularmente as FABS; V – prestar contas mensalmente ao setor a que pertence, nos termos do inciso III do artigo 62 deste Regimento.
20 | A Missão dos Líderes e Coordenações da Pastoral da Criança |
A Missão dos Líderes e Coordenações da Pastoral da Criança
A Pastoral da Criança, com o mesmo espírito dos primeiros cristãos, e também como estrutura, procura ser a presença da Igreja de Cristo no mundo de hoje. “Na Pastoral da Criança anunciamos a boa nova ajudando gestantes, crianças e famílias a perceberem a sua dignidade de filhos de Deus. À medida que criamos condições para as crianças se desenvolverem, elas vão adquirindo condições dignas de vida plena e realizam o projeto de Jesus” (Guia do Líder – 2007 – página 293).
Para realizar esta sua missão, a Pastoral da Criança necessita de pessoas. Para isso contamos com os líderes e coordenadores do serviço pastoral, em seus vários níveis.
Para formular as estratégias é importante estar consciente do local de ação e da missão de cada pessoa dentro da Pastoral da Criança, bem como, dos recursos disponíveis.
Comunidade – local de ação da Pastoral da Criança
“A vida em comunidade é essencial à vocação cristã. O discipulado e a missão sempre supõem a pertença a uma comunidade”. (DAp nº 164)
A Pastoral da Criança organiza as comunidades em torno de um trabalho de promoção humana no combate à mortalidade infantil, à desnutrição, à violência doméstica e à marginalidade social. Com isso, ajuda eficazmente na educação para uma cultura de paz e na melhoria da qualidade de vida dos mais pobres. A metodologia de trabalho é acompanhar gestantes e crianças menores de 6 anos que moram nas comunidades pobres, especialmente, nas periferias das grandes cidades e nos pequenos e médios municípios brasileiros, tanto no meio urbano e rural, quanto em áreas indígenas.
Definição Geral sobre o que é uma comunidade no dicionário:
Comunidade é qualquer grupo social, cujos membros habitam uma determinada região; qualquer conjunto habitacional considerado como um todo, em virtude de aspectos geográficos, econômicos e/ou culturais comuns; qualidade ou estado do que é comum; comunhão. |
Pág. 21 | O Líder da Pastoral da Criança |
A espinha dorsal de todo o trabalho da Pastoral da Criança é o líder comunitário. Décadas de experiência mostram que o perfil de líder mais adequado reúne as seguintes características:
1 - É voluntário.
2 - Foi capacitado no Guia do Líder.
3 - Seja alfabetizado ou conte com apoio de um alfabetizado.
4 - More na comunidade ou muito próximo a ela – inicialmente, é possível contar com pessoas de outras comunidades até que se forme um grupo local.
5 - Acompanhe gestantes e até 15 crianças pobres, menores de seis anos, e suas famílias (mães e pais).
6 - Esteja disponível para realizar atividades prioritárias do líder da Pastoral da Criança:
- Visita Domiciliar;
- Celebração da Vida;
- Reunião para Reflexão e Avaliação.
7 - Conheça a realidade da comunidade.
8 - Tenha o material educativo básico da Pastoral da Criança.
9- Possua um perfil em que se destaquem as características de saber ouvir, observar, acatar, ser simpático e solidário, além da vontade de participar na melhoria das condições de vida das famílias pobres.
10 - Tenha a capacidade de somar esforços e compartilhar.
11 - Procure promover o desenvolvimento integral das crianças, tendo como resultados esperados a redução da desnutrição, da obesidade, da mortalidade infantil, e outros (indicadores das FABS).
Material Educativo Básico da Pastoral da Criança
- Guia do Líder - balança - FABS - Caderno do Líder - colher-medida do soro caseiro - cartão da criança (Unidade de Saúde) - cartão da gestante(Unidade de Saúde) - Revista Trimestral da da Pastoral da Criança, carteira de identificação do líder - Laços de Amor. |
Pág. 22 | Os Coordenadores de Ramo e de Área |
O Coordenador de Ramo, assim como todos os membros da Pastoral da Criança, tem como missão criar condições para que os líderes possam realizar sua missão.
Tudo o que o Coordenador de Ramo realiza, como por exemplo: planejamento e organização do trabalho pastoral, acompanhamento da qualidade da capacitação e formação contínua dos líderes, visita às comunidades e suas coordenações, prestação de contas, se justifica para criar condições para que os líderes possam realizar a Missão da Pastoral da Criança com as famílias.
Da mesma forma, o Coordenador de Área tem a missão de acompanhar os vários Ramos com o mesmo objetivo. Como os primeiros cristãos, também os coordenadores, vão mostrar disposição ao:
- Serviço: “Pois o filho do Homem não veio para ser servido, mas para servir e dar vida em resgate por muitos” (Mc 10,45). Jesus fez da sua vida um
serviço e assim também nós devemos seguir seu exemplo (Jo 13, 15).
- Diálogo: a evangelização acontece em uma cultura, em uma comunidade e conta também com a participação de pessoas de outras religiões e culturas, respeitando as diferenças (Jo 4, 1-38).
- Anúncio: “Ide pelo mundo inteiro e anunciai a Boa-Nova a toda criatura” (Mc 16,15). É a dimensão missionária. A Pastoral realiza esta missão quando os seus líderes chegam nas famílias, comunidades, nos locais mais distantes e necessitados para desenvolver as suas ações.
- Testemunho de Comunhão: viver na comunidade os valores da fé, da partilha. Celebrar e viver em comunidade, “Nisto conhecerão todos que sois os meus discípulos: se vos amardes uns aos outros ” (Jo 13,35). Na Pastoral da Criança é fundamental este espírito fraterno.
Ser Coordenador na Pastoral da Criança é: |
Versão atual | Sugestão em negrito |
- Receber a missão confiada por Deus para prestar um serviço as líderes e famílias acompanhadas, durante determinado tempo, assim como fez Jesus lavando os pés de seus discípulos. (Cf. João 13,12)
- Proporcionar um bom relacionamento entre as pessoas da sua equipe em comunhão com a coordenação do Setor a que pertence, permitindo um trabalho cooperativo, em equipe, com respeito e integração de esforços, aproveitando os conhecimentos, experiências e potenciais de cada um.
- Acompanhar as doações e promoções realizadas, bem como uso do recurso.
“Sejam alegres na esperança, fortes na tribulação, perseverantes na oração”.(cf. Rm 12,12)
23 | Atribuições da Coordenação de Ramo |
Atribuições da Coordenação de Ramo
Compete ao coordendador de Ramo
a) Atividades Fins
Versão atual | Sugestão em negrito |
- Implantar a Pastoral da Criança em outras comunidades
- Identificar as famílias e buscar novos líderes.
- identificar pessoas para serem preparados como capacitadores do Guia do Líder nos Ramos e nas comunidades (líder-capacitador)
Manter as comunidades:
Versão atual | Sugestão em negrito |
||* Acompanhar o líder. * Visitar pessoalmente a comunidade, ao menos uma vez ao ano, sendo que o ideal seria visitar cada comunidade quatro vezes no ano. * Revisar e enviar as FABS. * Analisar os indicadores através dos relatórios recebidos. * Formar equipe de apoio.
- Acompanhar o(s) lídere(s) e equipe da comunidade
- Visitar pessoalmente cada comunidade, ao menos uma vez ao ano, sendo que o ideal seria visitar cada comunidade quatro vezes no ano.
- Revisar e enviar as FABS.
- Analisar os indicadores através dos relatórios recebidos.
- Formar equipe de apoio.
Reativar as comunidades sem sinal de vida:
- tomar providências e visitar pessoalmente as comunidades que não estejam enviando FABS
b) Atividades Meio
- Acompanhar as doações e promoções realizadas, bem como uso do recurso
- Prestar contas mensalmente ao Setor.
- Repassar recurso através do recibo de repasse a comunidade
- prover o líder com os materiais educativos necessários para sua missão
- Participar das assembleia do Setor: uma vez ao ano acontece a assembleia do Setor para avaliação e planejamento, sendo que a cada dois anos há a eleição do Coordenador de Setor.
- Promover a assembleia anual do Ramo: uma vez ao ano acontece a assembleia do Ramo, sendo que a cada dois anos há a eleição do Coordenador de Ramo.
- Promover a articulação com o pároco, com outras pastorais, com movimentos e Conselhos Municipais de Saúde e de Direitos.
- Participar do CPP (Conselho Paroquial de Pastoral)
- Reunir-se com seus coordenadores de comunidades para analisar os pontos de atenção de cada comunidade e os estágios de evolução
- Participar das reuniões de áreas conforme planejamento
Atribuições da Coordenação de Área
Compete ao coordenador de Área
Para obter um bom desenvolvimento das ações da Pastoral da Criança nos Ramos, é importante que a Coordenação de Área realize as seguintes atividades:
a) Visitar os Ramos de sua Área
- Visitar os Ramos, priorizando os que estão iniciando, ou que estão com dificuldades, para animar a caminhada e orientar a prática das ações a serem desenvolvidas com as famílias.
- Visitar comunidade que esteja com dificuldade, quando o ramo não o fizer
b) Promover e participar de Encontros e Reuniões
- Promover encontros e reuniões com as Coordenações de Ramo de sua área para auxiliar no planejamento das atividades.
- Incentivar e orientar os Coordenadores de Ramo para que façam semestralmente o relatório dos esforços realizados, solicitados pelo Coordenador de Setor.
- Participar de reuniões da equipe da Coordenação de Setor e colaborar na organização e dinamização dos encontros e capacitações a nível de Setor.
Compete ao coordenador de comunidade
Pág. 24 | Planejamento geral das ações |
Planejamento geral das ações
Planejar é a melhor forma de organizar as idéias e definir as melhores ações para alcançar um determinado objetivo. Para se construir um planejamento é necessário observar os passos abaixo:
Pág. 24 | 1º passo – Ciclo Resolutivo dos Problemas |
Fonte: Metodologia CEFE
Pág. 25 | 2º passo – Elaboração do Plano de Ação |
Conhecendo o ciclo resolutivo podemos ver a realidade do Ramo e constatar que (ações) providências são necessárias para alcançar objetivos:
- Contato com o problema: fazer um levantamento das comunidades e priorizar as mais pobres para iniciar os contatos.
- Compreensão clara do problema: quantas crianças residem no Ramo? Quantas gestantes?
- Estabelecimento de objetivos: visitar as famílias de casa em casa, identificar as pessoas de apoio e líderes; identificar o capacitador para a capacitação dos líderes.
- Formulação de estratégias: quem vai ajudar o Coordenador de Ramo; como utilizar os meios de comunicação; como conseguir o apoio do pároco, professores, catequistas, líderes de comunidades vizinhas; e como capacitar e manter o acompanhamento dos líderes.
- Direcionar recursos: humanos, materiais e financeiros;
- Ação: agendar a data para realizar a visita, agendar a data para a capacitação dos líderes, entre outras ações necessárias para atingir o objetivo.
- Avaliação:
- O que foi feito de certo ou errado e o que me levou a tomar essas atitudes? (Sugestão Marrcia Mamede e Rubia)
- O que deixei de fazer?
- Por que não fiz o que deveria ter feito?
- O que poderia ter sido feito, mas não fiz?
- Em seguida: O que posso e devo fazer daqui para frente?
- Avaliar o processo desempenhado pela equipe para verificar se obteve:
- sucesso: comunidade cadastrada, líderes capacitadas, indicadores de resultados.
- fracasso: neste caso responder as perguntas, utilizando para cada uma delas os seguintes itens: Obstáculos (impedimentos, dificuldades); Desafios (motivação) e Possibilidades.
- Procedimentos: listar, priorizar, operacionalizar, estabelecer cronograma, divulgar. Nos intervalos entre uma (etapa) passo e outra buscar sempre informações a respeito.
Pág. 25 | Definição das prioridades de implantação |
Definição das prioridades de implantação
Ações da Pastoral da Criança
O início da Pastoral da Criança nas comunidades se dá pelas ações básicas de saúde, nutrição, educação e cidadania. Quando elas estão consolidadas, gradualmente se implantam ações complementares e, se necessário, as ações opcionais. Foram definidas por ordem de prioridades em três grandes blocos de Ações:
Ações Básicas
Para multiplicar o saber e a solidariedade, a Pastoral da Criança é iniciada na comunidade com a capacitação de líderes comunitários. Esta capacitação tem como instrumento principal o Guia do Líder da Pastoral da Criança. No Guia do Líder está reforçada toda a missão da Pastoral da Criança, sendo três as principais atividades do líder:
- visita mensal às famílias acompanhadas, conforme orientado no Guia do Líder, ao final de cada bloco, de acordo com a idade da criança ou período gestacional;
- dia da Celebração da Vida conforme orientado no Guia do Líder, páginas 183 a 187; e
- a Reunião Mensal para Reflexão e Avaliação, conforme orientado no Guia do Líder nas páginas 245 a 248. Orientações práticas e detalhamento desta reunião podem ser encontradas no material de apoio:Orientações Práticas para Reunião de Reflexão e Avaliação
Este tema também poderá ser aprofundado utilizando-se o Guia do Líder nas páginas 136 a 138, cujo tema é “Organizando as atividades do Líder.” |
Ações Complementares
Devem ser implementadas após as ações básicas:
- Brinquedos e Brincadeiras
- Articulador junto ao Conselho de Saúde / Controle Social e Políticas Públicas
- Alimentação e Hortas caseiras.
Pág. 26 | Ações Opcionais |
Ações Opcionais
Estas ações devem ser implementadas, segundo a necessidade das comunidades, após terem sido implantadas as Ações Básicas. São elas:
- Hanseníase.
- Saúde bucal.
- Ação Comunicação Popular.
- Programas de Rádio.
- Mobilização e Tratamento de Água.
Pág. 27 | Formação Contínua |
Formação Contínua
“A pessoa amadurece constantemente no conhecimento amor e seguimento de Jesus Mestre, se aprofunda no mistério de sua pessoa, de seu exemplo e de sua doutrina”. (Documento de Aparecida nº 278 letra c)
Para poder realizar seu trabalho nas comunidades, a Pastoral da Criança prepara seus voluntários por meio de Capacitações Iniciais e Atualizações.
Estas duas modalidades de formação estão vinculadas à apresentação de novos materiais educativos e têm multiplicadores e capacitadores específicos.
Elas estão relacionadas às Ações Básicas de Saúde, Educação, Nutrição e Cidadania - Guia do Líder; às Ações Complementares e Opcionais.
Para que o trabalho continue bem feito e animado, os líderes e as outras pessoas que atuam nas diferentes ações na comunidade precisam se atualizar, esclarecer dúvidas, trocar experiências, sentir que seu trabalho é importante e valorizado.
A Pastoral da Criança tem estratégias para que o processo de Formação Contínua esteja sempre acontecendo. Pode ser em momentos individuais como a leitura do Jornal da Pastoral, escutando o programa de rádio (Viva Vida) e em momentos coletivos como as Reuniões de Reflexão e Avaliação e em encontros específicos chamados Oficinas de Formação Contínua Integrada- OFCI, que devem acontecer, no mínimo, uma vez ao ano em todas as comunidades.
Os temas das OFCI devem responder às necessidades sentidas pelos líderes e equipe da comunidade e também contemplar assuntos discutidos nos Encontros Regionais de interesse para o trabalho na comunidade.
Ser capacitado é um direito que o Líder têm, sendo que a capacitação inicial deve ser a do Guia do Líder. |
Pág. 27 |
Capacitação do Guia do Líder
Objetivo: Formação do Líder para acompanhamento das Ações Básicas de Saúde, Educação, Nutrição e Cidadania da Pastoral da Criança, através do Guia do Líder.
A capacitação é feita em duas partes sendo:
- 1°parte: 11 etapas. Essa parte trabalha desde a gestante até o bebê de 1 ano.
- 2° parte: 4 etapas. Essa parte trabalha a criança de 1 ano até a criança de 6 anos incompletos.
Tempo ideal de cada etapa: 3 horas e 30 minutos.
Número máximo de participantes: 15 pessoas.
Quem é o Capacitador e qual seu compromisso: é uma pessoa das equipes do Ramo ou da comunidade, capacitada e com a incumbência de capacitar os líderes. São pessoas voluntárias ou cedidas por outras instituições engajadas nos trabalhos da Pastoral da Criança. No caso de não morar na comunidade ou perto dela, é importante que tenham a oportunidade de conhecer uma comunidade antes de assumirem o compromisso. Com isso, entrarão em contato com o trabalho dos líderes, participando das seguintes atividades: Visita Domiciliar, dia da Celebração da Vida, Reunião para Reflexão e Avaliação. Após serem capacitados de acordo com a atividade a que se propõem realizar, os capacitadores assumem o compromisso de realizar no mínimo quatro capacitações para líderes.
É fundamental que o Coordenador de Ramo saiba que precisa buscar a quantidade de capacitadores suficientes para que seus líderes sejam capacitados.
Desde 2007, a sugestão é que se tenha um Líder Capacitador na comunidade que possa capacitar outras pessoas da mesma comunidade para se tornarem líderes. |
A Coordenação Nacional expedirá certificado às pessoas que cumprirem todas as etapas estabelecidas para a capacitação, com o tempo adequado.
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Metodologia da Capacitação
A redação e a capacitação do Guia do Líder foram pensadas para incentivar a interação entre os capacitados e a relação entre a teoria e prática. Destacamos abaixo as principais premissas e recursos didáticos em que estão baseadas:
- Diálogo – A fala dos participantes facilita o interesse deles pelo conteúdo estudado e permite a troca de experiências e conhecimentos. Sendo assim, o capacitador deve ter uma atitude de escuta e acolhimento, mas ao mesmo tempo saber dosar as participações, orientando para que haja objetividade e clareza nas colocações, para que todos tenham a oportunidade de falar.
- Leitura Interativa – Para fazer o estudo do Guia, cada participante pode ler uma página em voz alta. O capacitador estimula comentários, troca de experiências, esclarecimento de dúvidas para verificar se os participantes entenderam o texto lido. Depois parte para a leitura de outra página.
- Relação Fé e Vida – As citações bíblicas que estão colocadas em várias páginas do Guia do Líder permitem uma reflexão sobre os conteúdos estudados à luz da Bíblia. O capacitador pode estimular os participantes a partilharem rapidamente suas reflexões.
* Mini-oficinas – O treinamento prático na própria capacitação, treinando o “uso” de ferramentas de trabalho do líder, por exemplo tarar a balança, anotar o peso na curva ou fazer o soro caseiro, deve acontecer de acordo com o momento em que esses temas aparecem no Guia do Líder, para reforçar o aprendizado correto.
- Atividades de animação e relaxamento – O uso de canções, brincadeiras, danças, relaxamento, entre outros, durante as etapas da capacitação, são recursos que permitem um descanso e depois a retomada de maior atenção dos participantes. A sugestão é que, entre a leitura de alguns temas com o título em cor laranja, o capacitador faça uma dessas atividades quando perceber cansaço, sono e desvios do assunto. Dinâmicas breves para introduzir ou discutir um conteúdo também favorecem o interesse e a participação.
- Tarefas de casa – As atividades práticas junto às famílias e na comunidade, propostas no final de cada etapa, visam aproximar os conteúdos estudados no Guia do Líder com a vida da comunidade e a realidade local. Essas tarefas permitem também que as dúvidas surgidas durante a prática possam ser discutidas durante a capacitação, o que ajuda a melhorar a aprendizagem e fortalecer a segurança dos participantes. Tendo como base essas orientações, cada capacitador deverá planejar sua capacitação usando a criatividade para tornar o estudo do Guia do Líder interessante e desafiante, de acordo com a quantidade de pessoas e com as características do grupo com o qual vai trabalhar.
Tendo como base essas orientações, cada capacitador deverá planejar sua capacitação usando a criatividade para tornar o estudo do Guia do Líder interessante e desafiante, de acordo com a quantidade de pessoas e com as características do grupo com o qual vai trabalhar.
Pág. 29 | Recursos |
Recursos
“Enfim, irmãos, alegrai-vos, trabalhai no vosso aperfeiçoamento, encorajai-vos, tende um mesmo sentir e pensar, vivei em paz, e o Deus do amor e da paz estará convosco.” (2ª Cor 13,11)
Para o Coordenador de Ramo desenvolver a missão na Pastoral da Criança ele pode contar com os recursos apresentados a seguir:
Pág. 29 | Recursos Materiais |
Recursos Materiais
São materiais disponibilizados pela Coordenação Nacional para desenvolver as ações da Pastoral da Criança nas comunidades. É direito do líder receber os materiais básicos para a realização do trabalho de acompanhamento das famílias na sua comunidade.
a) Solicitação de materiais:
A coordenação de Ramo deve solicitar os materiais à Coordenação de Setor, de acordo com o número de líderes, famílias e comunidades, considerando também a expansão da Pastoral da Criança (vide quadro na página 33). O Ramo deverá ter um estoque mínimo para suprir suas comunidades.
b) Destinação dos materiais:
Cada material é produzido para um público específico da Pastoral da Criança. A solicitação deve ser feita de acordo com esse público. Alguns materiais são destinados aos líderes. Outros destinados somente às equipes de capacitação e equipes de Coordenação de Ramos, Áreas, Setores, Núcleos e Estaduais. E outros ainda, destinados às comunidades e famílias. Esta indicação é feita no formulário de "Solicitação de Materiais Educativos" e deve ser observada tanto pelo Coordenador de Ramo quanto o de Setor.
c) Quadro de materiais básicos da Pastoral da Criança.
Este quadro apresenta a relação de materiais educativos básicos da Pastoral da Criança e a quantidade ideal para cada público alvo.
Pág. 30 |
Materiais Básicos | Público Alvo | Quantidade por ano |
Guia do Líder* | líder novo | nº líderes x 0,3 |
Caderno do Líder | líder atuante | nº líderes x 1,3 |
Carteira de Identificação do Líder e selo do ano** | líder atuante | nº líderes x 1,3 |
Revista Trimestral da Pastoral da Criança*** | líder | nº líderes das FABS |
Cartão da Gestante (Unidade de Saúde) | líder novo | nº líderes x 0,3 |
FABS | comunidade | nº comunidades x 15 |
Mapa de situação de gestantes e crianças acompanhadas (Fabão) | comunidade | nº comunidades |
Balança | comunidade | nº comunidades novas |
Laços de Amor | gestante acompanhada | nº líderes x 1,5 |
Colher Medida do Soro Caseiro e Santinho | família | nº líderes x 4 |
Os 10 mandamentos para a Paz na família | família | nº líderes x 4 |
Livro Ouro – verde 1 | Ramo | nº Ramos novos |
* Considerar líderes novos em comunidades que já possuem Pastoral da Criança bem como novas comunidades.
** O selo deve ser colado na carteirinha todo ano para atualizar sua validade.
*** Enviado mensalmente aos Ramos com FABS recebidas pela Coordenação Nacional nos últimos 3 meses, conforme número de líderes.
Pág. 44 | 3° passo de Emaús: reflexão sobre celebrar e partilhar na comunidade (Lucas 24, 28-32) |
Saber criar um ambiente orante de fé, de fraternidade e de partilha onde possa atuar o Espírito Santo. É o Espírito que nos faz entender o verdadeiro sentido das palavras de Jesus e descobrir que o Ressuscitado está no meio de nós.
A Bíblia por si mesma não abre os olhos das pessoas. Mas faz arder o coração (cf. Lc 24,28-32)! O que abre os olhos e fez aquele casal perceber a presença de Jesus foi a atitude deles em acolher aquele desconhecido e convidá-lo para a refeição. É a partilha, tanto a partilha que Jesus faz da Palavra quanto a partilha do pão oferecido por Cléofas e Maria, que os levou a descobrir a presença do Ressuscitado no meio deles. No momento em que é reconhecido, Jesus desaparece. Sua presença física não é mais necessária! Agora Cléofas e Maria experimentam a ressurreição, a vida nova que os faz renascer e caminhar em comunidade. Concretiza-se assim a palavra do próprio Jesus: Pois onde dois ou três estiverem reunidos em meu nome, eu estou ali, no meio deles". (Mt 18,20).
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